Como atuamos durante emergências em barragens?
No início de 2022, o alto volume de chuvas provocou preocupação com a possibilidade de emergência em barragens.
Para se ter uma ideia, em todo o Brasil, 31 barragens estão em nível 1 de emergência, 10 no nível 2 e 3 no nível 3, quando há maior risco de ruptura das estruturas. Os números são da Agência Nacional de Mineração, consultados em 18 de janeiro de 2022.
As emergências em barragens e na mineração em geral podem ser:
- rompimento;
- galgamento, que é um transbordamento da estrutura causado pela obstrução do extravasor, uma tubulação que retira o excesso do nível de água, evitando que esta derrame;
- piping, que é a erosão interna da barragem causada pela passagem da água em uma fissura no maciço da estrutura;
- liquefação, que ocorre quando rejeitos feitos de material não-newtoniano sofrem mudanças de pressão e passam do estado sólido ara o líquido, causando um esvaziamento da estrutura;
- deslizamento, que acontece quando não há cobertura vegetal ou quando a vegetação se infiltra no maciço da barragem. Mas também pode acontecer pela presença de animais, como o gado e até formigas;
- instabilização, que pode acontecer tanto pela baixa resistência do material da barragem, como por problemas no sistema de drenagem e até por abalos sísmicos. Entre outros.
A H&P tem papel fundamental no atendimento de empresas e da comunidade durante essas emergências. Para isso, conta com uma equipe multidisciplinar com expertise para pôr em prática o Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM). Conheça as especialidades técnicas que compõem nossa equipe e a forma e atuação em emergências.
Ação durante emergência em barragens
Após receber o comunicado da ocorrência de uma emergência, a equipe da H&P se dirige para o comitê ou gabinete de crise. Esse é um espaço que reúne todos os profissionais e órgãos que podem atender naquela situação: Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Polícia Militar e Civil, Secretaria de Segurança Pública, Agência Nacional de Mineração, consultorias e representantes das empresas, por exemplo.
O objetivo do comitê de crise é traçar planos de ação para o atendimento aos atingidos, avaliar a situação das vítimas e os possíveis impactos da emergência. Além disso, também traçam estratégias para evitar a piora do quadro. Para isso, as reuniões ocorrem várias vezes ao longo do período de crise, para que as informações sejam as mais reais possíveis.
Qual o papel de cada área de atuação
A equipe é composta por profissionais das seguintes áreas:
- Engenharia de Segurança: responsável por fiscalizar as medidas de segurança e por criar o plano de ação para garantir que a emergência seja sanada com sem riscos para quem está trabalhando diretamente na barragem. Além disso, tem um papel fundamental para o cumprimento do PAEBM em casos de rompimentos que se alastram, ajudando a identificar pontos seguros (rota de fuga e ponto de encontro);
- Geotecnia: busca compreender a parte relativa à barragem propriamente dita: avaliar a situação dos barramentos, do talude e viscosidade do rejeito, por exemplo. Além das emergências em barragens, também tem papel importante em casos de deslizamentos.
- Engenharia Ambiental, Geografia e Geoprocessamento: buscam entender o meio ambiente e geografia do local. Num primeiro momento, ajudam a identificar as áreas afetadas, setorizar, identificar e tipificar os impactos para tratar os planos de ação de forma mais otimizada. Além disso, ajudam a identificar os possíveis impactos e elaborar um mapa da área afetada, imputando dados e diversas informações da emergência, como pessoas do cadastro ou áreas que ainda não foram atendidas;
- Ciências Sociais: realiza o atendimento às pessoas, cadastro socioeconômico, escuta, acolhimento e dar encaminhamentos, por exemplo;
- Patrimônio: realiza um levantamento do que aconteceu, do que é possível resgatar e restaurar o que foi perdido;
- Análise de Dados: atua na construção de dados emergenciais, como cadastro de atingidos, por exemplo. São profissionais com expertise em processar os dados das vítimas e famílias atingidas. Ou seja, vai além do momento emergencial;
- Comunicação: comunicar para os órgãos competentes, identificar formulários e canais necessários, tanto com vítimas, quanto com a comunidade e a imprensa. Assim, é fundamental ter diálogo com outros profissionais para compreender quais as mensagens de cada momento;
- Psicologia: atua no acolhimento, escuta e comunicação de desastres para as famílias.
Segurança e reparação
O atendimento a emergências não começa durante os incidentes. A H&P desenvolve um trabalho de prevenção a acidentes e de reparação, em casos nos quais outras abordagens se fazem necessárias.
Antes das emergências, a atuação está direcionada à elaboração do PAEBM e à promoção de uma cultura de segurança. Então, realiza a chamada preparação para a emergência, com sinalização de rotas de fuga, treinamentos e simulados.
Da mesma forma, na elaboração e atualização do PAEBM, são utilizadas informações socioeconômicas da população que vive próxima às áreas atendidas, levando em conta as vulnerabilidades e necessidades especiais relacionadas à capacidade de salvamento. A partir daí, elaboramos as ações de comunicação, salvamento e contingência e prevenção de danos correspondentes para cada um dos níveis de alerta (Níveis 1, 2 e 3).
Todas essas ações devem estar alinhadas por um fluxo de atividades muito bem coordenado com os atores envolvidos. Para que o plano seja efetivo, no caso de precisar ser usado, é imprescindível que seja constantemente atualizado e que os envolvidos tenham compreensão e comprometimento aprofundados em relação ao seu papel no plano.
Já as ações de reparação, compensação e recuperação são desempenhadas após os momentos de emergências com danos socioambientais. Para isso, é preciso estabelecer uma interlocução aberta entre os públicos, viabilizando, em especial, a participação da população impactada.
Por fim, também são necessárias ações de monitoramento e avaliação das atividades, visando mais rapidez na tomada de decisão e na correção de rumos. Além disso, a boa gestão da informação ajuda a organizar o histórico do relacionamento com os públicos, suas demandas e atividades executadas, viabilizando, inclusive, a prestação de contas para o poder público.
Outras áreas de atuação
Além da mineração, a H&P já atuou em outros tipos de emergência, como alagamentos, deslizamentos, soterramentos e inundações, por exemplo.
Nesses casos, o principal objetivo é atender prioritariamente a população que sofreu com a emergência e permitir a segurança nas ações de resgate e controle da emergência. Sempre com uma equipe multidisciplinar composta por profissionais altamente qualificados e treinados para realizar o atendimento.
Conheça outras áreas de atuação da H&P.