Além da Diversidade: O Papel da Equidade e Inclusão nas Organizações
Hoje, dia 17 de maio, é celebrado o Dia Internacional contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia. A data foi simbolicamente escolhida pelo fato de que nesse mesmo dia, em 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças (CID)1.
Essa data é uma oportunidade para refletirmos sobre como as empresas estão abordando não apenas a diversidade em seus locais de trabalho, mas também a equidade e inclusão. Afinal, não basta ter uma equipe diversa, é fundamental que as organizações criem ambientes seguros onde todas as pessoas se sintam valorizadas e incluídas, independentemente de sua origem, identidade ou orientação.
A inclusão não é apenas um desafio, mas uma jornada contínua. Muitas empresas enfrentam dificuldades em criar uma cultura genuinamente inclusiva, onde todos os funcionários se sintam parte integral da equipe. Isso ocorre por várias razões, desde a falta de representatividade nas lideranças até a ausência de políticas concretas de equidade salarial e oportunidades de crescimento.
Outro obstáculo significativo para a inclusão efetiva é a falta de escuta das próprias pessoas da empresa. Muitas vezes, as vozes dos funcionários são ignoradas ou subestimadas, levando a decisões que não refletem verdadeiramente as necessidades e experiências de todos. Isso não afeta apenas a dinâmica interna, mas também pode ter sérias repercussões na saúde mental dos funcionários, especialmente daqueles que integram os chamados grupos minoritários.
Por exemplo, funcionários LGBTQIAPN+ podem enfrentar discriminações sutis ou explícitas no ambiente de trabalho, o que pode levar a altos níveis de estresse e ansiedade, além do sentimento de depreciação. Da mesma forma, colaboradores de grupos étnicos diversos podem enfrentar micro agressões diárias, afetando sua produtividade e bem-estar emocional. Todas essas situações tendem a reverberar no clima organizacional e na produtividade do colaborador afetado e em todos à sua volta, comprometendo os resultados da empresa.
É por isso que a escuta ativa dos funcionários é crucial para promover a inclusão e proteger sua saúde mental, além de favorecer o alcance dos objetivos econômicos.
Apesar dessa centralidade, as organizações não têm obtido muito êxito com a implantação dessa agenda, até o momento. Prova disso está na variação de percepção entre lideranças e funcionários, em se tratando da importância da diversidade, equidade e inclusão na empresa. Em pesquisa divulgada pela PWC em 2022, ao serem questionados sobre a afirmação “Diversidade é um valor declarado ou uma área prioritária em sua organização”, 54% dos líderes responderam que “Sim”, enquanto a percepção dos funcionários alcançou o percentual de apenas 39% para a mesma afirmação[1].
Parte dessa variação pode ser explicada em razão das lideranças não possuírem a vivência necessária sobre as questões, tendo em vista que interagem prioritariamente com recortes do cenário da organização, o que pode gerar conclusões superestimadas sobre o assunto. Por outro lado, os funcionários podem fornecer insights valiosos sobre suas experiências diárias e as barreiras enfrentadas no ambiente de trabalho, e não encontram espaços institucionais para expressá-los.
Portanto, ouvir ativamente e envolver todas as partes interessadas, desde a liderança até os funcionários da linha de frente, é essencial para construir uma cultura verdadeiramente inclusiva e equitativa.
A escuta, no entanto, é apenas parte da jornada. Para garantir uma verdadeira inclusão, as empresas precisam adotar políticas e práticas que reconheçam e valorizem a diversidade em todas as suas formas. Isso pode incluir programas de treinamento para conscientização sobre diversidade e inclusão, políticas de recrutamento que visem a diversidade e a promoção de uma cultura organizacional que celebre as diferenças.
Nesse cenário, uma consultoria especializada pode desempenhar um papel crucial para apoio às organizações. Ao trazer uma perspectiva externa e imparcial, consultores podem facilitar conversas difíceis, identificar áreas de melhoria e desenvolver estratégias eficazes para diversidade, equidade e inclusão. Além disso, a consultoria especializada permite à organização a implantação de programas customizados de acordo com os desafios e oportunidades da organização, garantindo a efetividade das ações.
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Juntos podemos criar espaços de trabalho onde todos se sintam seguros, respeitados e valorizados!
Ana Souza
Consultora em Governança, Riscos e Compliance da H&P
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[1] Fonte: https://observatoriodesigualdades.fjp.mg.gov.br/?p=2492
[2] Fonte: https://www.pwc.com.br/pt/estudos/servicos/consultoria-negocios/2023/pesquisa-global-de-diversidade-equidade-e-inclusao.html